sexta-feira, 13 de maio de 2011

LOBO GUARÀ





O lobo-guará (do tupi agoa'rá, "pêlo de penugem";[1]nome científico: Chrysocyon brachyurus) é o maior canídeo nativo da América do Sul. A sua distribuição geográfica estende-se pelo sul do Brasil, Paraguai, Peru e Bolívia a leste dos Andes, estando extinto no Uruguai e talvez na Argentina, e é considerado uma espécie ameaçada. O Brasil abriga o maior número de animais; dos cerca de 25.000 indivíduos da espécie, cerca de 22.000 estão em território brasileiro.[2] Os biomas de sua ocorrência no Brasil são: Cerrado, Pantanal, Campos do Sul, parte da Caatinga e Mata Atlântica.
A espécie não está diretamente ligada a nenhum outro gênero de canídeos e aparentemente é uma relíquia da fauna plistocênica da América do Sul, que desapareceu na maioria após a formação do Istmo do Panamá.

Características

O lobo-guará mede cerca de 1 metro e 30 no ombro e pesa entre 20 e 25 kg. A sua pelagem característica é avermelhada por todo o corpo, exceto no pescoço,lombo, patas e ponta da cauda que são de cor preta,podendo na ponta da cauda,das orelhas e do papo ser da cor branca. Ao contrário dos lobos, esta espécie não forma alcatéias e tem hábitos solitários, juntando-se apenas em casais durante a época de reprodução.

Reprodução

A gestação dura em média 65 dias[3] e resulta em ninhadas de até seis crias[4] sendo dois o número médio de crias[3] que nascem entre junho e setembro.[4] Os filhotes nascem pretos, com a ponta da cauda branca e pesam entre 340 gramas e 410 gramas. Sua maturidade sexual acontece com um ano de idade.[4] o lobo guará tem seus filhotes somente no mês de junho e quando nascem a fêmea não sai da toca e é alimentada pelo macho.

Dieta

O lobo-guará caça preferencialmente de noite e ataca pequenos mamíferos roedores e aves, mas a sua dieta tem uma forte componente onívora. Estes animais são bastante dependentes da lobeira (Solanum lycocarpum) e estabelecem com esta planta uma relação simbiótica: sem os frutos da lobeira o lobo-guará morre de complicações renais causadas por nemátodos, e em contrapartida tem um papel fundamental na dispersão das sementes desta planta.

Riscos de extinção

Embora não se enquadre na categoria crítica da IUCN, corre alto risco de extinção na natureza a médio prazo, em função do declínio populacional e da extrema fragmentação da área de ocupação. O tamanho populacional está se reduzindo, com probabilidade de extinção na natureza em 100 anos. As principais ameaças ao lobo-guará vêm da conversão de terras para agricultura, do fato de ser suscetível a doenças de cães domésticos, que competem com eles por alimento, e de acidentes como atropelamentos em estradas.

Iniciativas de conservação

A espécie ocorre em várias áreas protegidas na Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e, possivelmente, Peru. Na Argentina está classificada entre as espécies em perigo (EN), e no Brasil consta da lista de espécies ameaçadas. Sua caça é proibida no Brasil, Paraguai e Bolívia. Embora não existam iniciativas de conservação dedicadas à espécie, esta se beneficia dos projetos de proteção do cerrado.
No Brasil é encontrado nos Parques Nacionais de Brasília, das Emas, da Chapada dos Veadeiros, do Araguaia, da Serra da Canastra, Grande Sertão Veredas, da Serra do Cipó, da Chapada dos Guimarães, da Serra da Bodoquena, Ilha Grande, Aparados da Serra, da Serra Geral, São Joaquim, da Serra da Bocaina, do Itatiaia. Ocorre também nas Reserva Ecológica do Roncador e nas Estações Ecológicas Águas Emendadas, Uruçuí-Una, Serra das Araras, Pirapitinga e Taiamã. Ainda, nos Parques Estaduais Ibitipoca, Itacolomi, Nascentes do Rio Taquari, Caracol, Itapuã, Turvo, Cerrado e Vila Velha.Em Minas Gerais a RPPN, (Reserva Particular do Patrimônio Natural) no santuário do caraça também ajuda muito nesse aspecto, pois além de colocar o lobo como uma interessante e atrativa imagem aos turistas, também o preserva, alimentando-o. Uma fêmea de lobo-guará, que fora atropelada, passou por um tratamento com células-tronco no Zoológico de Brasília. [5] Este foi o primeiro caso registrado do uso de células-tronco para curar lesões num animal selvagem. [6]
Desenvolvem-se estudos ecológicos e de variabilidade genética da espécie em várias instituições de pesquisa brasileiras: na Associação Pró-Carnívoros, CNPq, União de Ensino do Planalto Central, USP, Fundação Zoobotânica de Belo Horizonte, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, EMBRAPA e Universidade de Brasília.

Pau Brasil

Caesalpinia echinata

Pau-brasil é um dos nomes populares da espécie Caesalpinia echinata Lam. (echinata significa "com espinhos"), uma leguminosa nativa da Mata Atlântica, no Brasil. Seu nome em tupi é ibira pitanga, ou "madeira vermelha".
O nome popular em português deriva da cor de brasa da resina vermelha contida na sua madeira. É conhecido também pelos nomes de brasileto, ibirapiranga, ibirapita, ibirapitã, muirapiranga, orabutã, pau-de-pernambuco, pau-de-tinta, pau-pernambuco e pau-rosado. É também conhecida como pau-ferro por ser mais densa do que a água e não flutuar, o que prejudica o seu transporte no meio fluvial.
São também conhecidos como pau-brasil, embora tenham preferencialmente outros nomes, a Caesalpinia ferrea (pau-ferro) e a C. peltophoroides (sibipiruna).

Características

A árvore alcança entre 10 e 15 metros de altura e possui tronco reto, com casca cor cinza-escuro, coberta de acúleos, especialmente nos ramos mais jovens.
As folhas são compostas bipinadas, de cor verde médio, brilhantes.
As flores nascem em racemos eretos próximo ao ápico dos ramos. Possuem 4 pétalas amarelas e uma menor vermelha, muito aromáticas; no centro encontram-se 10 estames e um pistilo com ovário súpero alongado.
Os frutos são vagens cobertas por longos e afiados espinhos, que devem protegê-los de pássaros indesejáveis, pois estes comeriam os frutos. Contém de 1 a 5 sementes discoides, de cor marrom. A torção do legume, ao liberar as sementes, ajuda a aumentar a distância da dispersão.

Ocorrência

Na floresta ombrófila densa da Mata Atlântica, a partir do Rio de Janeiro até o extremo nordeste,[1] ou seja, nos estados de Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, e Sergipe.
Encontra-se na lista do IBAMA de espécies ameaçadas de extinção na categoria vulnerável, e na da IUCN na categoria em perigo[2]
O município pernambucano de São Lourenço da Mata possui hoje a maior reserva nativa da espécie. A Reserva Tapacurá possui aproximadamente 100 mil pés de pau-brasil.

Usos e história

Afirmam alguns historiadores que o corte do pau-brasil para a obtenção de sua madeira e sua resina (extraída para uso como tintura em manufaturas de tecidos de alto luxo) foi a primeira atividade econômica dos colonos portugueses na recém-descoberta Terra de Santa Cruz, no século XVI e que a abundância desta árvore no meio a imensidão das florestas inexploráveis teria conferido à colônia o nome de Brasil.
Na realidade, no século XV uma árvore asiática semelhante, com o mesmo nome Brazil, já era usada para os mesmos fins e tinha alto valor na Europa, porém era escassa. Os navegadores portugueses que aqui aportaram imediatamente observaram a abundância da árvore pelo litoral e ao longo dos rios de planície. Em poucos anos, tornou-se alvo de muito lucrativo comércio e contrabando, inclusive com corsários franceses atacando navios portugueses. Foi uma das expedições de corsários liderada por Nicolas Durand de Villegaignon, em 1555, que estabeleceu uma colônia que hoje se chama Rio de Janeiro (a França Antarctica). A planta foi citada em Flora Brasiliensis por Carl Friedrich Philipp von Martius.
A resina vermelha era utilizada pela indústria têxtil europeia como uma alternativa aos corantes de origem terrosa e conferia aos tecidos uma cor de qualidade superior. Isto, aliado ao aproveitamento da madeira vermelha na marcenaria, criou uma demanda enorme no mercado, o que forçou uma rápida e devastadora "caça" ao pau-brasil nas matas brasileiras. Em pouco menos de um século, já não havia mais árvores suficientes para suprir a demanda, e a atividade econômica foi deixada de lado, embora espécimens continuassem a ser abatidos ocasionalmente para a utilização da madeira (até os dias de hoje, usada na confecção de arcos para violino e móveis finos).
O fim da caça ao pau-brasil não livrou a espécie do perigo de extinção. As atividades econômicas subsequentes, como o cultivo da cana-de-açúcar e do café, além do crescimento populacional, estiveram aliadas ao desmatamento da faixa litorânea, o que restringiu drasticamente o habitat natural desta espécie. Mas sob o comando do Imperador Dom Pedro II, vastas áreas de Mata Atlântica, principalmente no estado do Rio de Janeiro, foram recuperadas, e iniciou-se uma certa conscientização preservacionista que freou o desmatamento. Entretanto, já se considerava o pau-brasil como uma árvore praticamente extinta.
No século XX, a sociedade brasileira descobriu o pau-brasil como um símbolo do país em perigo de extinção, e algumas iniciativas foram feitas no sentido de reproduzir a planta a partir de sementes e utilizá-la em projetos de recuperação florestal, com algum sucesso. Atualmente, o pau-brasil tornou-se uma árvore popularmente usada como ornamental. Se seu habitat natural será devastado por completo no futuro, não se sabe, mas a sobrevivência da espécie parece assegurada nos jardins das casas e canteiros urbanos.
Em 1924, Oswald de Andrade fez um manifesto sobre a nova poesia brasileira intitulado "Manifesto da Poesia Pau-Brasil".
A madeira do pau-brasil pode ser, talvez, a mais valiosa do mundo atualmente; é considerada incorruptível, por não apodrecer e não ser atacada por insetos. Seu uso, dadas a escassez e a proteção, restringe-se ao fabrico de arcos de violinos, canetas e joias.





Árvore Nacional do Brasil

Pela Lei nº 6.607, de 7 de Dezembro de 1978, o Pau-Brasil foi declarado Árvore Nacional do Brasil. Obs.: o trecho seguinte está "compactado" de modo a despoluir visualmente o contexto da página toda.
LEI Nº 6.607, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1978.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art . 1º - É declarada Árvore Nacional a leguminosa denominada Pau-Brasil (Caesalpinia echinata, Lam), cuja festa será comemorada, anualmente, em 3 de maio, quando o Ministério da Educação e Cultura promoverá campanha elucidativa sobre a relevância daquela espécie vegetal na História do Brasil.
Art . 2º - O Ministério da Agricultura promoverá, através de seu órgão especializado, a implantação, em todo o território nacional, de viveiros de mudas de Pau-Brasil, visando à sua conservação e distribuição para finalidades cívicas.
Art . 3º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.
Art . 4º - Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, em 07 de dezembro de 1.978; 157º da Independência e 90º da República.
ERNESTO GEISEL
O projeto de lei PL-3380/1961 visava declarar o pau-brasil e o ipê-amarelo, respectivamente, Árvore e Flor Nacionais, mas este projeto não foi aprovado, conforme informa o site oficial da Câmara dos Deputados [1]. Pelos projetos de lei PL-2293/1974 e PL-882/1975, ambos arquivados na Câmara dos Deputados, tentou-se instituir o Ipê como flor nacional do Brasil. - Possivelmente por confundir o projeto de 1961 - que NÃO FOI APROVADO - com a lei de 1978, diversas pessoas divulgam a informação FALSA de que a lei do pau-brasil teria declarado o Ipê-amarelo como flor nacional do Brasil.

Pau-brasil em outras línguas

  • Alemão: Holz- Brazilien
  • Catalão: Fusta del Brasil
  • Crioulo haitiano: Bwa- brezil
  • Dinamarquês: Trae -Brasilien
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  • Estoniano: Puit- Brasilia
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  • Francês: Bois-brésil, Pernambouc
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  • suaile: Mbao- Brazil
  • Sueco: Tra- Brasilien